Nojo
(origem controversa)
nome masculino
(origem controversa)
nome masculino
(latim vulgar rabia, do latim rabies, -ei)
nome feminino
(latim tristitia, -ae)
nome feminino
1. Estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários. = FOBIA, PAVOR, TERROR
1.estado de grande satisfação, contentamento, felicidade, júbilo, que em geral se manifesta exteriormente
Damásio (1995) defende que as emoções desempenham uma função na comunicação de significados a terceiros e podem também ter o papel de orientação cognitiva para os indivíduos que as experimentam. As emoções transmitem, assim, significados específicos, como por exemplo a experiência de raiva está frequentemente associada à presença de uma injustiça real ou percebida ou a um impedimento de um objetivo desejável, a experiência de tristeza indica uma perda real ou percebida. As emoções desenvolvem-se em padrões previsíveis que estão relacionados com acontecimentos em situações sociais complexas. Por outras palavras, as emoções satisfazem um sistema de símbolos complexo, coerente e consistente, que pode ser gerido, entendido e planeado, contribuindo para o pensamento abstrato (Mayer, Salovey, & Caruso, 2002).
Salovey e Mayer (1997, cit. por Lima Santos & Faria, 2005) defendem que a emoção
torna o pensamento mais inteligente e que se pode pensar inteligentemente sobre as
emoções. As emoções assumem um papel fundamental para a mente e para o cérebro,
constituindo-se como estados de espírito. As abordagens construtivistas sobre as emoções
defendem que as mesmas, como por exemplo a raiva, a tristeza e o medo, são mais que
elementos básicos e primários do ser humano, são eventos mentais que resultam da
interação entre os mais básicos sistemas psicológicos. As emoções são perceções que cada
individuo constrói sobre o que está a sentir, pois a mesma emoção pode ser sentida de
forma diferente por duas pessoas e diferentes emoções verbalizadas pelos indivíduos não
são necessariamente causadas por diferentes mecanismos. As emoções variam não apenas
na vida de um indivíduo, mas também entre indivíduos da mesma cultura e de culturas
diferentes. O conhecimento emocional de cada um de nós depende da experiência
emocional própria e do que observamos nos outros (Barrett, 2011).
As emoções fazem parte do ser humano e são benéficas na sua vida social. Mas serão
todas elas benéficas? Mais do que as emoções serem benéficas, estas produzem respostas
comportamentais. E as respostas comportamentais serão todas elas adequadas? Muitas não
o são e os indivíduos podem agir perante uma situação de forma inadequada e admitir ter
poder para controlar as emoções. A verdade é que os seres humanos não podem controlar
as suas emoções à vontade, nenhum ser humano exerce um controlo voluntário direto
sobre os processos neurais que comandam o processo emocional. "Podemos educar as
nossas emoções, mas nunca as suprimir completamente" (Damásio, 2000, p. 70)
(https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/3768/1/Tese_Marisa%20Sousa.pdf)
A par do conceito inteligência emocional, surge o conceito competência emocional.
Segundo Stocker e Faria (2012), a competência é um conjunto de perceções, juízos e
avaliações que cada um tem sobre as próprias capacidades intelectuais, sendo fundamental
na prossecução de objetivos de realização e na mestria pessoal. Para Fleury e Fleury
(2001), a competência está baseada em conhecimentos, habilidades e atitudes do indivíduo
que agregam valor social ao próprio e valor económico à organização, por meio de um
saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar e transferir
conhecimentos, recursos e habilidades.
O conceito competência emocional advém do conceito inteligência emocional que
surgiu na literatura científica, no início da década de 90, para representar um tipo de
inteligência que envolve o processamento emocional, conforme já foi discutido.
De acordo com Saarni (2002, p. 65), a competência emocional é uma "demonstração
de autoeficácia nas transações sociais que produzem emoções", isto é, "o indivíduo
acredita ter a capacidade e as habilidades necessárias para alcançar um determinado
resultado". Ser emocionalmente competente depende da história social de cada um: das
crenças, atitudes e suposições, da cultura, dos papéis sociais que ocupamos, como o
género e a idade, da observação de outras pessoas importantes e dos padrões de reforço
daqueles com quem se está significativamente envolvido. "Todos estes fatores contribuem
para que aprendamos o que significa sentir alguma coisa e fazer algo a respeito disso"
(Saarni, 2002, p. 69).
Indivíduos emocionalmente competentes são indivíduos capazes de administrar as suas
próprias emoções de forma eficaz, o que lhes permite negociar o que pretendem por meio
de interações pessoais. Mais do que atingirem o que pretendem, sujeitos com competência
emocional têm um sentido de bem estar subjetivo e uma resiliência adaptativa diante de
situações stressantes (Saarni, 2002). Ora, de acordo com Kofman (2002) há cinco
competências básicas, que devem ser aplicadas à própria pessoa e que se transformam no
relacionamento com os outros e que refletem a competência emocional (Quadro 1).
Vários estudos no domínio e no contexto português (Faria, Costa, & Costa, 2008; Faria
& Lima Santos, 2006, 2011; Lima Santos & Faria, 2005) demonstraram que o
desenvolvimento da competência emocional promove a melhoria de outras competências,
nomeadamente as sociais, bem como a manifestação de comportamentos mais adaptativos
e eficazes. Na verdade, quando a pessoa tem um sentimento de competência positivo, terá
uma maior capacidade de relacionamento interpessoal, sentir-se-á bem consigo própria,
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assim como aceitará mais facilmente desafios, empenhando-se, persistindo e envolvendo-se de forma a superá-los (Faria, 2002a, cit. por Faria, Costa, & Costa 2008).
Ter auto-eficácia emocional, o que significa o indivíduo aceitar a sua experiência
emocional, independentemente de ser integrada na cultura onde está inserido".
Em suma, ser emocionalmente competente implica desenvolver as habilidades
emocionais atrás descritas, ainda que de acordo com o contexto cultural, de forma gradual
e não necessariamente na sequência em que foram apresentadas. Estas habilidades são
aprendidas ao longo da vida, mediante experiências em vários contextos sociais, nos quais
o sujeito se vê obrigado a responder de forma eficaz, se bem que haverá sempre situações
em que inevitavelmente o sujeito responderá com relativa incompetência emocional,
apesar dos esforços para dar respostas adaptativas. Assim, ser emocionalmente competente
exige uma plasticidade de comportamentos que explica o facto desta competência ser
medida como uma aptidão, e não ser necessariamente sinónimo de otimismo, alegria ou
amizade (Mayer, Salovey, & Caruso, 2002).
(https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/3768/1/Tese_Marisa%20Sousa.pdf)
https://caminho.leya.com/pt/autores/biografia.php?id=22575
https://www.bertrand.pt/livro/a-relacao-mais-precoce-t-berry-brazelton/85256
https://www.bertrand.pt/livro/a-crianca-e-a-disciplina-t-berry-brazelton/45434
https://www.bertrand.pt/autor/antonio-damasio/2756
https://www.eduardosa.com/investiga%C3%A7%C3%A3o-ci%C3%AAncia/
DGS - Saúde Mental em Saúde Escolar